Texto escrito para uma mesa redonda com Janet Sawayer, Pat Mainaridi, Howardina Pindel, Lee Roser, Alice Baber, Elise Asher, Faith Ringold, Fay Lanzer e outras no YMCA, rua 15, Nova Iorque, fevereiro de 1972.
[…] A necessidade interior do artista de ser artista tem tudo a ver com gênero e sexualidade. A frustração da artista mulher e a ausência de seu papel mais imediato como artista na sociedade são resultado dessa necessidade, bem como sua falta de poder (mesmo quando obtém sucesso) é consequencia dessa vocação necessária. Nós não escolhemos nossos papéis – nós obedecemos ao chamado e aceitamos seus termos –, o que obviamente não significa que não nos ressentimos deles. Isso não está totalmente claro; nós nos tornamos escultoras, digamos, por causa da nossa incapacidade de crescer (o que é uma graça disfarçada), porém é fato que permanecemos mendigas por toda a vida. Bem, podemos conversar a respeito, e, a despeito de todas as nossas frustrações, manter as boas maneiras.”
Louise Bourgeois
Fragmento retirado do livro “Destruição do pai, reconstrução do pai: escritos e entrevistas 1923-1997”